A maior referência ambiental do país enfrenta um processo grave de desmonte, com falta de verbas e carreira desestruturada
Por Otávio Nagoya
Apesar da euforia e do oba-oba promovido pelo Governo Federal em
relação à política ambiental, com o ápice visto no encontro Rio+20, a
realidade é outra. A aprovação do novo código florestal, com grande
influência da bancada ruralista, é uma grande preocupação para os
movimentos sociais, mesmo após a Medida Provisória (MP) da presidente
Dilma Rousseff, com 12 vetos e 32 modificações. Outro fator que
compromete fortemente o meio ambiente brasileiro é o abandono da
principal instituição da área, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e
dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA).
O órgão foi criado em fevereiro de 1989 como uma resposta à pressão
internacional que o Brasil sofria após as décadas de 1970 e 1980,
período que ficou marcado por desastres ambientais e empreendimentos
altamente predatórios. O IBAMA vem passando, nos últimos dez anos, por
diversas dificuldades. Além da falta de investimentos e fechamento de
escritórios, os servidores públicos não possuem uma carreira
estruturada, o que dificulta a permanência.
“É uma porta de entrada, o servidor fica de dois a três anos e já
começa a se preparar para outra carreira mais estruturada dentro do
próprio serviço público, ou recebe algum convite da iniciativa privada”,
explica Henrique Marques Ribeiro da Silva, presidente da Associação dos
Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente e do PECMA no
Distrito Federal (Asibama-DF). Enquanto isso, a fauna e flora brasileira
continuam a desaparecer. Segundo levantamento do Ministério do Meio
Ambiente (MMA), o Brasil possui mais de 140 milhões de hectares de áreas
degradadas.
Fonte: carosamigos.terra.com.br