terça-feira, 4 de setembro de 2012

S.O.S. IBAMA
A maior referência ambiental do país enfrenta um processo grave de desmonte, com falta de verbas e carreira desestruturada
Por Otávio Nagoya

Apesar da euforia e do oba-oba promovido pelo Governo Federal em relação à política ambiental, com o ápice visto no encontro Rio+20, a realidade é outra. A aprovação do novo código florestal, com grande influência da bancada ruralista, é uma grande preocupação para os movimentos sociais, mesmo após a Medida Provisória (MP) da presidente Dilma Rousseff, com 12 vetos e 32 modificações. Outro fator que compromete fortemente o meio ambiente brasileiro é o abandono da principal instituição da área, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA).

O órgão foi criado em fevereiro de 1989 como uma resposta à pressão internacional que o Brasil sofria após as décadas de 1970 e 1980, período que ficou marcado por desastres ambientais e empreendimentos altamente predatórios. O IBAMA vem passando, nos últimos dez anos, por diversas dificuldades. Além da falta de investimentos e fechamento de escritórios, os servidores públicos não possuem uma carreira estruturada, o que dificulta a permanência.

“É uma porta de entrada, o servidor fica de dois a três anos e já começa a se preparar para outra carreira mais estruturada dentro do próprio serviço público, ou recebe algum convite da iniciativa privada”, explica Henrique Marques Ribeiro da Silva, presidente da Associação dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente e do PECMA no Distrito Federal (Asibama-DF). Enquanto isso, a fauna e flora brasileira continuam a desaparecer. Segundo levantamento do Ministério do Meio Ambiente (MMA), o Brasil possui mais de 140 milhões de hectares de áreas degradadas.

Fonte: carosamigos.terra.com.br