sexta-feira, 29 de abril de 2011



Os desafios da Rio+20


Por: Renato Grandelle


Duas décadas depois, cidade volta a sediar conferência sobre sobrevivência do planeta
Um mundo dividido, em crise financeira, irresponsável na exploração de recursos naturais e de instituições obsoletas. Alguns desses sintomas, senão todos, poderão ser remediados na Rio+20, a conferência sobre desenvolvimento sustentável que a ONU promoverá no Brasil em junho do ano que vem, duas décadas após a Eco 92. As palavras de ordem do encontro serão economia verde e erradicação da pobreza, diz o diretor-executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), Achim Steiner, também subsecretário-geral da ONU. Em visita ao Rio, onde participou de uma mesa-redonda na Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável, Steiner elogiou as políticas públicas brasileiras e revelou que medidas espera da comunidade internacional daqui até o fim do evento carioca.
EXEMPLO BRASILEIRO: “O Brasil pode dizer ao mundo que enfrentou muitos desafios em busca do desenvolvimento e, assim, conseguiu exemplos significativos em relação a algumas questões sociais. No governo do presidente Lula houve muitos temas sobre os quais o mundo mostrou interesse. As taxas de desflorestamento na Amazônia foram tão reduzidas que, talvez, tenham sido as maiores baixas deste índice em todo o planeta nos últimos anos. A transição para a economia verde, em diversos setores, já está em curso no país.”
UM BALANÇO DO PAÍS: “Um ponto positivo do Brasil é seu nível de inovação na busca por uma economia de baixo carbono. É um setor que, aqui, gera 2,6 milhões de empregos, quase o mesmo que toda a indústria de construção. Mas, como este assunto provoca debates intensos e competição de interesses, às vezes o ritmo das mudanças é mais lento do que muitos brasileiros gostariam.”
DA ECO 92 À RIO+20: “O mundo concordou, em 1992, que o desenvolvimento sustentável, com as questões econômicas, sociais e ambientais que implica, deveria ser o foco. Mas, 20 anos depois, o progresso não tem sido suficientemente rápido. Vivemos em uma época de crise financeira, alimentar, de mudanças climáticas. São desafios para o futuro de nossas economias, sociedades e mesmo para a paz social.
Por isso, o desenvolvimento sustentável mantém-se como o grande tema de 2012.”
A NOVA CONFERÊNCIA: “Queremos promover a Rio+20 como a grande oportunidade para que a comunidade internacional reconheça a necessidade de mudar seu curso. Que desenvolva acordos internacionais sobre como trabalhar juntos na transição para uma economia verde, que é um desafio global. A ONU e setores científicos e econômicos já identificaram em que áreas devemos mudar de direção. A questão é: teremos compromissos? Os países podem não ver as negociações internacionais apenas como um mercado de barganha, em que se dá uma coisa e se espera algo em troca?”
GLOBALIZAÇÃO: “Não adianta contemplar os problemas apenas em nível nacional. Mesmo um país grande como o Brasil não escapa, por exemplo, da necessidade de uma ação global contra as mudanças climáticas. No mercado de alimentos, uma seca ou uma enchente na Austrália faz com que os latino-americanos aumentem os preços dos alimentos da América Latina no dia seguinte. Essa é a forma como a economia está amarrada hoje. Precisamos de um local, e por isso a ONU é importante, em que as nações ajam solidariamente. Os grandes desafios do nosso tempo não serão resolvidos por meio de competições; eles requerem cooperação. É por isso que as conferências das Nações Unidas, por mais frustrantes que pareçam as negociações, são vitais para a História das relações humanas.”
MUDANÇAS CLIMÁTICAS: “As negociações não vão bem. Este é um assunto de importância e dramaticidade crescentes. Se você o leva a sério, está falando de mudanças em todos os setores econômicos. E ainda não se conseguiu chegar a um acordo considerado justo por todas as partes. Não é a tecnologia, a economia ou a ciência que têm nos segurado. Não é mais sobre países desenvolvidos contra países pobres e em desenvolvimento. É uma realidade mais diversa. Chegar a um acordo provou-se extremamente difícil, particularmente porque dois ou três grandes jogadores não avançaram tanto como seria necessário, fazendo os demais frearem. Para o futuro do clima, isso é lamentável.”
NOVA ECONOMIA: “Enquanto a biodiversidade e os recursos naturais não forem contemplados como recursos fundamentais de um país, eles não têm valor. O PIB não pode ser o único índice para medir o sucesso de uma economia.”
INSTITUIÇÕES ULTRAPASSADAS: “Um dos temas principais da Rio+20 é como fazer as nações trabalharem melhor juntas. Os países têm instituições suficientemente robustas para uma transição para a economia verde? Não, estamos trabalhando com um sistema de governança que tem 20, 30 ou 40 anos. Muitos se perguntam se é preciso reformar nossas instituições no plano internacional. Há claramente um senso global de que elas não estão adequadas para responder aos novos desafios.”


O FUTURO: “Temos de pensar em um mundo com as necessidades de 9 bilhões de pessoas, porque esta será a população daqui a apenas 40 anos. Precisamos de mais comida, energia, mobilidade. Sabemos que, em muitas partes do mundo, estamos atingindo o limite sobre o quanto é possível extrair do planeta. Enfrentamos carência de água e insegurança alimentar. Sem investimentos em sustentabilidade, haverá um colapso.”

Fonte: http://si.knowtec.com/




quinta-feira, 28 de abril de 2011

63ª Reunião Anual da SBPC
Cerrado: agua, alimento e energia
20 a 25 de Julho
Goiania-GO

A 63ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que ocorrerá de 10 a 15 de julho de 2011, na Universidade Federal de Goiás (UFG), em Goiânia (GO), terá como tema central “Cerrado: água, alimento e energia”. Trata-se de um dos maiores eventos científicos do País.

Realizada desde 1948, com a participação de autoridades, gestores do sistema nacional de ciência e tecnologia (C&T) e representantes de sociedades científicas, a Reunião é um importante meio de difusão dos avanços da ciência nas diversas áreas do conhecimento e um fórum de debate de políticas públicas em C&T.


A programação científica é composta por conferências, simpósios, mesas-redondas, encontros, sessões especiais, minicursos e sessões de pôsteres para apresentação de trabalhos científicos. Também são realizados diversos eventos paralelos, a exemplo da SBPC Jovem (programação voltada para estudantes do ensino básico), da ExpoT&C (mostra de ciência e tecnologia) e da SBPC Cultural (atividades artísticas regionais).

A cada ano, a Reunião Anual da SBPC é realizada em um estado brasileiro diferente, sempre em uma universidade. O evento reúne milhares de pessoas, entre cientistas, professores e estudantes de todos os níveis, profissionais liberais e demais interessados. Em todas as edições, o público circulante tem sido superior a 10 mil pessoas (Veja abaixo).


Ano

Nº da Reunião

Local

Nº de Inscritos (sênior)

Público
circulante
(aproximado)

2000

52ª

Brasília

6.768

15.000

2001

53ª

Salvador

10.270

13.000

2002

54ª

Goiânia

6.027

11.000

2003

55ª

Recife

17.193

25.000

2004

56ª

Cuiabá

5.727

16.000

2005

57ª

Fortaleza

7.048

12.000

2006

58ª

Florianópolis

7.991

10.000

2007

59ª

Belém

7.424

16.000

2008

60ª

Campinas

6.284

12.000

2009

61ª

Manaus

6.215

10.000

2010

62ª

Natal

8.853

10.000



VEJA
EIXO TEMATICO EM:
http://www.sbpcnet.org.br/goiania/arquivos/Eixos_tematicos63ra.pdf

Durante a 63ª Reunião Anual da SBPC, os participantes poderão gravar vídeos das atividades com suas câmeras ou celulares. Os melhores vídeos serão exibidos no site da SBPC e integrarão o acervo da Sociedade. Participe e traga o seu vídeo! Veja abaixo as regras do Festival.


Regulamento:

1) Podem participar todos os interessados, inscritos ou não inscritos no evento.

2) Todas as atividades do evento podem ser registradas (conferências, mesas-redondas, sessão de pôsteres, SBPC Jovem, ExpoT&C, SBPC Cultural etc), desde que a gravação não interfira na apresentação da atividade.

3) Não há limite para a quantidade de vídeos, desde que cada vídeo tenha no máximo 2 minutos de duração.

4) A seleção dos melhores vídeos será feita pela Diretoria da SBPC. Em meados de setembro os vídeos selecionados serão exibidos no site da entidade, com os devidos créditos do autor.

5) A SBPC estará isenta da obrigatoriedade de divulgação de todos os vídeos recebidos.

6) Entre os dias 13 e 15/07/2011 descarregue o vídeo de seu equipamento eletrônico na Secretaria da SBPC na UFG. Se isso não for possível, envie o material pelo correio, até 10/08/2011, para a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, Setor de Eventos (Rua da Consolação 881 - 5º andar, CEP 01301-000, São Paulo, SP).

7) Ao entregar o vídeo é necessário:
- Identificar a atividade gravada (título da atividade);
- Informar seu nome completo, e-mail, instituição, cidade e estado;
- Assinar formulário da SBPC para ceder os direitos autorais e para reprodução.

FONTE: http://www.sbpcnet.org.br

quarta-feira, 13 de abril de 2011

EVENTO

GESTÃO DE RESÍDUOS ELETRÔNICOS E INCLUSÃO DIGITAL
LOCAL: AUDITÓRIO DO CECEN/UEMA
DATA: 13 DE ABRIL
HORA: O8 ÀS 18H

segunda-feira, 11 de abril de 2011

MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Rio ficará 4,8° C mais quente neste século




A Região Metropolitana do Rio de Janeiro terá um aumento da temperatura média de 4,8º C até o fim deste século. A expectativa é de que a região, além de mais quente, se torne também mais úmida até 2099. As praias poderão perder areia e as zonas costeiras deverão sofrer ainda mais com as inundações.

Os dados fazem parte do relatório Vulnerabilidade das Megacidades Brasileiras às Mudanças Climáticas, que será divulgado hoje, no Rio. Elaborado por um grupo de universidades e institutos, incluindo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Unicamp, Fiocruz e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o estudo é o segundo realizado sobre os impactos das mudanças climáticas nas grandes metrópoles brasileiras. O primeiro, lançado em 2010, traçou um cenário de aumento na temperatura de até 3º C na Região Metropolitana de São Paulo.

Segundo o atual estudo, o clima no Rio já está mudando. "O clima no Rio de Janeiro deverá ficar mais quente até o final do século 21, seguindo o padrão já observado no clima presente", diz o documento. De acordo com o texto, "projeta-se aumento da maior temperatura máxima anual, da ocorrência de dias e noites quentes e da duração das ondas de calor e redução na ocorrência de dias e noites frios."

As maiores temperaturas diárias, que no período de 1961 a 1990 oscilavam em torno de 33,8 ºC, deverão chegar a 38,6 °C até 2099.

A elevação das temperaturas é uma combinação de efeitos relacionados com o aquecimento global, como o aumento no número de eventos climáticos extremos - tempestades, secas - e a elevação dos níveis do oceano. Como a região metropolitana do Rio está localizada em uma zona costeira e é uma área fortemente urbanizada, com formação de ilhas de calor, os efeitos são potencializados.

"São impactos que se combinam de forma sinérgica", diz Paulo Gusmão, professor do Departamento de Geografia da UFRJ e um dos coordenadores do estudo, ao lado do economista Sérgio Besserman.

Segundo Gusmão, os dados são um alerta para o poder público, mas não devem ser vistos como uma catástrofe iminente. "Não estamos prevendo que o Rio irá se transformar em uma Veneza", diz. "Mas é importante que as ações de prevenção de desastres e mitigação desses efeitos sejam tomadas de forma conjunta, com a união das prefeituras", diz o pesquisador.

A elevação do nível do mar, outro efeito das mudanças climáticas, poderá transformar a paisagem fluminense. No cenário mais pessimista, o Rio poderá termais de 10% de sua área total atingida pelo avanço das águas.


Fonte: http://www.primeiraedicao.com.br

domingo, 10 de abril de 2011

MMA divulga queda no desmatamento nos biomas Amazônia e Cerrado

Por: Suelene Gusmão

Portaria do Ministério do Meio Ambiente (MMA), a ser publicada nos próximos dias, retira o município de Querência (MT) da lista dos maiores desmatadores da Amazônia. Em dois anos, o município conseguiu cumprir todos os critérios estabelecidos para deixar de fazer parte do arco do desmatamento. Em 2010, Paragominas, no Pará, foi o primeiro a deixar a lista.

O anúncio foi feito pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, durante coletiva para divulgar os últimos números do desmatamento na Amazônia e no bioma Cerrado. De acordo com a ministra, as duas localidades conseguiram realizar o Cadastro Ambiental Rural (CAR) em pelo menos 80% de seu território e a média de desmatamento nos últimos dois anos foi igual ou menor que 60% em relação à média entre 2005 e 2008.

Segundo a ministra, o exemplo de Querência serve para ilustrar a queda do desmatamento em todo bioma amazônico. Os dados divulgados pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Inpe, indicam que entre agosto de 2010 e fevereiro de 2011 foi registrada uma queda no desmatamento de 7,1% com relação ao mesmo intervalo de tempo entre 2009 e 2010.

No mesmo período, os dados do Deter apontam que em alguns estados, como Roraima e Mato Grosso, o desmatamento diminuiu em até 77%. Mas em outros, como Acre, Amazônia e Tocantins foi detectado um aumento de até 181%, como é o caso do Acre. Izabella Teixeira afirmou que nas próximas semanas os governos estaduais serão convocados pelo MMA para debater esses números e realizar uma avaliação crítica da situação. Temos de dissecar esses números para que possamos propor alternativas e nos anteciparmos ao desmatamento.

A ministra Izabella informou que vai debater ainda um fato novo que vem acontecendo na região. Segundo ela, o desmate que normalmente ocorria apenas nos períodos de seca agora também é realizado no período chuvoso."Desde janeiro estamos em campo com todo mundo, Ibama e a força policial para coibir os crimes ambientais na região."

Um outro dado divulgado aponta que em 2010 houve uma redução de 23% no desmatamento nos 43 municípios prioritários para a prevenção e combate ao desmatamento. Nos 36 municípios que em 2008 entraram para a lista dos maiores desmatadores da Amazônia houve uma redução no desmatamento de 29%, uma redução 10% maior do que a taxa estimada pela prévia. Nos municípios que entraram para a lista em 2009, foi registrado um aumento de 11% no desmatamento. No conjunto dos 43 municípios, no entanto, a redução atingiu 23%.

Cerrado - Dados do monitoramento promovido pelo Ministério do Meio Ambiente, por meio da Secretaria de Biodiversidade e Florestas (SBF/MMA), e Ibama, revelam que caiu quase pela metade a taxa média de desmatamento registrada no Cerrado no período 2008/2009. Os números registram que entre 2008 e 2009 foram desmatados 7.637 quilômetros quadrado de cerrado. No período anterior, a taxa média havia sido de 14.179 quilômetros quadrados.

Entre os estados abrangidos pelo bioma Cerrado, Maranhão registrou a maior área desmatada. Foram retirados 2.338 quilômetros quadrados de Cerrado de uma área total de 212.092 quilômetros quadrados, totalizando 1,10% de área desmatada. Além do Maranhão, o oeste da Bahia e o estado do Piauí estão entre os recordistas em desmatamento de cerrado.

Segundo Bráulio Dias, secretário de Biodiversidade e Florestas do MMA, entre as causas de redução do desmatamento no Cerrado estão a redução de investimentos, a atenção maior ao problema e o lançamento do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento e das Queimadas no Cerrado (PPCerrado), em setembro de 2009.

Além do Cerrado, o Sistema de Monitoramento por Satélite vem também acompanhando os biomas Caatinga, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal. O objetivo é quantificar desmatamentos de áreas com vegetação nativa e embasar ações de fiscalização e combate a desmatamentos ilegais. As informações geradas vão ainda permitir calcular o volume de gases de efeito estufa decorrentes do desmatamento e alteração do solo no bioma.

Durante a apresentação dos números relativos ao desmatamento no Cerrado, foram distribuídas as seguintes publicações: Estudos da vegetação para subsidiar a criação das reservas extrativistas Barra do Pacuí e Buritizeiro, em Minas Gerais; PPCerrado - Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento e das Queimadas no Cerrado; Mapeamento do Uso do Solo e Cobertura Vegetal - Bioma Cerrado - Ano Base 2002; e Efeitos do Regime do Fogo sobre a Estrutura de Comunidades de Cerrado: Resultados do Projeto Fogo.

Confira os dados:
Monitoramento do Cerrado em:

http://www.mma.gov.br/estruturas/sbf_chm_rbbio/_arquivos/monitoramento_desmate_bioma_cerrado_2002_2008_csr_ibama_rev_72.pdf

Fonte: http://www.mma.gov.br/sitio/index.php